A sanidade animal é um dos pilares para garantir a eficiência produtiva e a sustentabilidade da pecuária brasileira. Com a crescente demanda interna e externa por carne bovina, investir em estratégias sanitárias eficazes não apenas protegem o rebanho, mas também asseguram rentabilidade e qualidade ao produtor.
Neste artigo, exploramos como práticas preventivas, como a vacinação e a vermifugação, impactam diretamente a produtividade e os ganhos financeiros do setor.
O papel da sanidade na pecuária
Manter a saúde do rebanho é essencial para garantir bem-estar animal e alto desempenho zootécnico.
A sanidade animal não só reduz perdas econômicas causadas por doenças, mas também melhora a conversão alimentar e o ganho de peso dos bovinos.
Quando bem gerenciada, ela influencia diretamente a qualidade da carne, a competitividade do produto no mercado e a segurança alimentar.
Medidas essenciais para garantir um rebanho saudável
A aplicação de boas práticas sanitárias na criação de gado envolve medidas preventivas que assegurem a saúde e o desenvolvimento dos animais. Algumas das ações indispensáveis incluem:
✅ Manter os animais livres de medo e estresse, proporcionando um ambiente adequado para o crescimento e reprodução.
✅ Garantir alimentação e hidratação adequadas para fortalecer o sistema imunológico.
✅ Investir no conforto e bem-estar dos bovinos, minimizando riscos de doenças e ferimentos.
✅ Implementar boas práticas de vacinação, protegendo contra enfermidades de alto impacto sanitário e econômico.
Vacinação: A chave da prevenção
A vacinação é uma das formas mais eficazes de evitar surtos de doenças que podem comprometer a produtividade. No Brasil, algumas vacinas são obrigatórias segundo o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), incluindo:
- Febre aftosa
- Raiva
- Brucelose
- Outras vacinas recomendadas conforme o risco regional
Para garantir a eficácia da vacinação, é fundamental seguir boas práticas como a conservação adequada das doses, uso correto de equipamentos e uma aplicação criteriosa para evitar reações adversas e desperdícios.
Sanidade animal como um seguro contra perdas
Os custos com manejo sanitário são baixos em comparação ao prejuízo que a falta de cuidado pode gerar. A vacinação e o uso adequado de medicamentos agem como um seguro contra perdas financeiras significativas.
Exemplo prático:
- Vacinar mil bois contra clostridioses custa R$ 1,2 mil.
- Se 1% do rebanho (10 bois) morrer por falta de vacinação, a perda pode chegar a R$ 41,8 mil.
- Se apenas um animal morrer, o prejuízo já equivale ao custo da vacinação de 4.500 bois.
A economia em sanidade pode se transformar em prejuízos irreversíveis. Pequenos investimentos preventivos garantem segurança e produtividade.
O Impacto da Vermifugação no Ganho de Peso
A infestação por parasitas representa um dos maiores desafios para a pecuária, causando perdas anuais de US$ 14 bilhões. Estudos demonstram a eficácia da vermifugação para maximizar o desempenho animal:
- Confinamento: Anti-helmínticos aplicados na entrada do confinamento aumentam significativamente o ganho de peso diário.
- Reprodução: O uso de moxidectina 1% melhora a taxa de prenhez na IATF (Inseminação Artificial em Tempo Fixo).
- Pré-desmame: Bezerros tratados com moxidectina 10% entre 4 e 5 meses desmamaram com 9,4 kg a mais em relação ao grupo não tratado (estudo UFMS).
Estratégias Preventivas Para Maximizar a Produção
Além da vacinação e vermifugação, outras práticas são fundamentais para manter um sistema produtivo sustentável:
Calendário vacinal rigoroso para proteção contra doenças infecciosas.
Uso responsável de antimicrobianos para evitar resistência bacteriana.
Nutrição bem planejada, garantindo máximo aproveitamento dos alimentos.
Manejo correto de pastagens, assegurando alimento de qualidade e reduzindo riscos sanitários.
O Futuro da Pecuária Brasileira
O Brasil tem um potencial gigantesco para atender a crescente demanda global de carne, com clima favorável, vasta área produtiva e infraestrutura consolidada. No entanto, o mercado está cada vez mais exigente, e manter altos padrões sanitários será essencial para continuar avançando.
O setor pecuário precisa continuar investindo em tecnologia, boas práticas de manejo e prevenção de doenças para garantir a competitividade do produto brasileiro no cenário internacional. Quem se preparar agora estará à frente em um mercado que exige cada vez mais qualidade e eficiência.
A sanidade animal deve ser vista como um investimento estratégico e não como um custo adicional. Medidas preventivas, como vacinação, vermifugação e boas práticas de manejo, são essenciais para garantir o bem-estar animal, maximizar a produtividade e evitar prejuízos financeiros.
A pecuária brasileira é a base do nosso país, e a adoção de práticas sanitárias eficientes será um diferencial competitivo para os produtores que buscam crescer de forma sustentável.
Prevenir é sempre melhor do que remediar!