Você já se perguntou como as vacas realmente se alimentam no pasto? Apesar de parecer um comportamento simples, o pastejo é um processo complicado e importante para a saúde e a produtividade. Para garantir uma alimentação de qualidade, é preciso entender o comportamento natural de pastejo e como funciona o sistema digestivo das vacas.
As vacas leiteiras precisam de cerca de 8 horas por dia para pastar, geralmente nos períodos mais frescos do dia: ao amanhecer e entardecer.
Nesse tempo, elas caminham pelo piquete, escolhem as plantas mais nutritivas, mastigam e armazenam o alimento no rúmen, a primeira parte do estômago.
Atividades como ordenha e suplementação devem ser bem planejadas para não interferir nesse momento tão importante, pois quanto menos tempo disponível para pastar, menor a ingestão de forragem.
Depois de se alimentarem, as vacas iniciam a ruminação, um processo em que o alimento volta à boca para ser remastigado com mais calma.
Esse ciclo é possível graças ao sistema digestivo único dos bovinos, formado por quatro compartimentos: rúmen, onde ocorre a fermentação inicial dos alimentos; retículo, que forma o bolo alimentar para a ruminação; omaso, que
absorve água e nutrientes; e abomaso, que realiza a digestão química como o estômago humano.
O manejo do pasto também precisa ser bem feito. As plantas devem estar em altura adequada — entre 12 e 25 cm — antes de serem consumidas, e o pastejo deve ser interrompido quando estiverem com 5 a 10 cm, preservando sua capacidade de regeneração. Além disso, o solo precisa de descanso entre os ciclos de pastejo, com no mínimo três semanas, para garantir a qualidade do alimento.
Em resumo, as vacas pastam com ritmo e inteligência, respeitando seus próprios instintos e o funcionamento do seu organismo.
É responsabilidade do produtor organizar o manejo e o ambiente para permitir que esse processo ocorra de forma certa. Afinal, entender como as vacas pastam é um dos segredos para uma pecuária mais eficiente, saudável e sustentável.
