Como aumentar o rendimento de carcaça de bovinos confinados

Você engorda o gado, mas sente que o rendimento na hora do abate não acompanha o peso vivo?

Isso é muito comum e pode ser resolvido com ajustes na nutrição, manejo e uso de tecnologias específicas.

Neste post, você vai entender o que é rendimento de carcaça, quais fatores influenciam esse indicador e como otimizá-lo para colocar mais carne no gancho e mais lucro no bolso.

O que é rendimento de carcaça?

O rendimento de carcaça (RC%) é a proporção entre o peso da carcaça quente (logo após o abate) e o peso vivo do animal. Ele é calculado assim:

RC% = (Peso da carcaça / Peso vivo) x 100

Em média, bovinos de corte bem terminados têm RC entre 50% e 55%, mas esse número pode variar conforme genética, nutrição, sexo, idade e histórico alimentar.

Por que o rendimento de carcaça importa?

Um RC% mais alto significa que você está aproveitando melhor cada quilo de peso vivo para gerar carne comercializável. Ou seja, mais eficiência por animal abatido.

Exemplo prático:

  • Dois bois com 500 kg
  • Um tem 50% de RC → 250 kg de carcaça
  • Outro tem 55% de RC → 275 kg de carcaça

25 kg de diferença! Imagine isso em um lote com 100 animais.

Como a nutrição influencia o rendimento de carcaça?

A composição da dieta é um dos fatores mais determinantes para o RC%. Dietas ricas em energia e bem balanceadas reduzem o volume do trato digestivo e aumentam a deposição de gordura e músculo — resultando em carcaças mais pesadas e valiosas.

  •     O que usar na dieta?
  • Alta inclusão de concentrados (Farelos energéticos)
  • Fontes proteicas de qualidade
  • Aditivos como ionóforos, óleos essenciais e enzimas
  • Fibra de alta digestibilidade para manter o rúmen saudável

Indicadores que vão além do peso vivo

Focar apenas no ganho de peso corporal pode mascarar a eficiência real do animal. É importante acompanhar também:

  •       Ganho Médio Diário em carcaça (GMD-C)
  •       Rendimento do ganho (RG%) = ganho em carcaça / ganho de peso total

Esses indicadores mostram se o animal está ganhando músculo e gordura, ou apenas peso vivo não aproveitável (vísceras, conteúdo ruminal).

Atenção ao crescimento compensatório

Animais que passaram por restrição alimentar tendem a apresentar crescimento compensatório quando bem alimentados depois. Isso gera rápido ganho de peso, mas nem sempre de carcaça.

Nesses casos, há maior crescimento de órgãos e tecidos não aproveitáveis, o que diminui o RC%.

Tecnologia como aliada no confinamento

Investir em nutrição de precisão e gerenciamento de lotes permite controlar variáveis como:

  • Consumo médio diário
  • Conversão alimentar
  • Uniformidade do lote
  • Performance individual (quando há pesagem por RFID ou balança automática)

Tudo isso contribui para decisões mais assertivas e melhor rendimento final.

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