Como avaliar o escore corporal em bovinos de corte?

A pecuária de corte adotou uma estratégia prática e altamente produtiva para ter mais economia na produção do seu rebanho. Essa técnica é o Escore de Condição Corporal (ECC) se destaca como uma ferramenta indispensável para o manejo nutricional e reprodutivo do rebanho. Mas, afinal, o que é o ECC e por que ele é tão importante?

O ECC é uma avaliação visual e/ou tátil que mede a gordura e a massa muscular dos bovinos, classificando-os de 1 (muito magro) a 9 (obeso). Isso ajuda a estimar o estado nutricional passado e prever as necessidades futuras do animal. Mais confiável que o peso vivo isolado, o ECC considera tamanho, musculatura e variações fisiológicas como prenhez, que afetam o peso mas não indicam boa condição corporal.

Além da facilidade e baixo custo de aplicação, o ECC se mostra fundamental por refletir as funções produtivas e reprodutivas do animal. As reservas energéticas avaliadas pelo ECC são utilizadas em ordem de prioridade pelo organismo: primeiro para manter funções básicas, depois para crescimento, lactação e, por último, para reprodução. Ou seja, a baixa condição corporal da vaca compromete sua taxa de prenhez.

Vacas com ECC entre 5 e 6 no momento do parto tendem a retornar ao cio mais cedo, aumentando a eficiência reprodutiva e reduzindo o intervalo entre partos. Por outro lado, vacas com ECC inferior a 5 exigem suplementação mais intensiva — e mais cara — para alcançar resultados satisfatórios. Já vacas com ECC superior a 7, embora bem nutridas, podem apresentar problemas como distocia (parto difícil) e altos custos de mantença.

A avaliação do ECC deve ser feita em pontos estratégicos do corpo, como costelas, vértebras, vazio e base da cauda. E também em momentos críticos do ciclo produtivo: 90 dias antes do parto, no desmame, no início da estação de monta e no pós-parto. Esses momentos são decisivos para ajustes nutricionais, separação de lotes e planejamento de suplementação adequada.

Além disso, é essencial atenção especial às primíparas, que enfrentam múltiplos desafios ao mesmo tempo: crescimento, amamentação e reprodução. Um manejo nutricional falho nesse grupo pode comprometer toda a estação reprodutiva.

Portanto, o ECC vai muito além de uma simples classificação visual. Ele é um indicador estratégico de saúde, desempenho e rentabilidade

Sua aplicação contínua e planejada permite ao pecuarista agir com precisão, melhorando a eficiência reprodutiva, o ganho de peso e a produtividade geral do rebanho. 

Em um cenário cada vez mais competitivo, entender e aplicar corretamente o ECC é caminhar rumo a uma pecuária mais técnica, rentável e sustentável.

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