Você ouve falar em confinamento de bovinos e pensa em custos altos.
Mas o confinamento é uma ferramenta de gestão.
Serve para acelerar giro, padronizar lotes e qualificar a carcaça.
Quando bem planejado, entrega previsibilidade para a fazenda.
Em Araguaína/TO e no Norte, ajuda a driblar a sazonalidade.
Vamos ao passo a passo, do curral à arroba.
Confinamento de bovinos: definição direta
Confinamento é terminação intensiva em currais, com dieta controlada, água de qualidade, sombra e manejo diário.
Snippet: o objetivo é ganho de peso rápido e consistente, com padronização e qualidade de carne. Quando faz sentido
- Giro de capital: encurtar ciclo da boiada e liberar pasto na seca.
- Janela de preço: posicionar venda em momentos melhores.
- Uniformização: acabar o lote com acabamento semelhante.
Confinamento x pasto intensivo
- Pasto intensivo mantém baixo custo estrutural e dilui investimento.
- Confinamento oferece controle fino de dieta e previsibilidade de GMD.
- Muitas fazendas combinam: recria intensiva no pasto – terminação no cocho.
Estrutura física essencial
- Currais dimensionados: área por animal, piso drenado e corredores seguros.
- Cochos: lineares suficientes para evitar disputa. Como referência, 40–50 cm/animal em dieta ad libitum.
- Bebedouros: água limpa e de fácil acesso; vazão compatível com pico de consumo.
- Sombra/ventilação: conforto térmico reduz estresse e melhora ingestão.
- Armazenagem: silos/galpões secos; balança e misturador confiável.
- Sanidade: curral de manejo, vazio sanitário e calendário preventivo.
Dica: fotos do piso, bebedouro e cocho no mesmo horário todos os dias viram um “diário de cocho” para treinar a equipe.
Manejo diário e bem‑estar
- Rotina de cocho: horários fixos e leitura de sobra; ajustar oferta diariamente.
- Adaptação: subir concentrado em escada para evitar acidose.
- Lote e hierarquia: uniformizar peso/temperamento reduz briga e perda.
- Observação: ritmo de ingestão, respiração, casco; agir antes de virar problema.
Erros comuns (e como evitar)
- Sobra alta por medo de falta desperdício e variação de consumo.
- Poeira e ingrediente mal peneirado seletividade e desbalanço.
- Água suja queda imediata de ingestão.
Nutrição e controle
- Matéria seca: medir consumo/animal/dia; variações bruscas acendem alerta.
- Proteína e energia: balancear PB e NDT conforme meta e categoria.
- Aditivos: monensina/análogos melhoram eficiência e conversão.
- Fibra efetiva: essencial para ruminação e pH estável.
Exemplo de meta (ilustrativa)
Objetivo: GMD 1,5 kg/dia por 90 dias.
- Ganho esperado: 1,5 × 90 = 135 kg.
- Em arrobas de peso vivo (30 kg/@): 135 ÷ 30 = 4,5 @.
- Se o custo diário for R$ 14: 14 × 90 = R$ 1.260.
- Custo/@ produzida: R$ 1.260 ÷ 4,5 = R$ 280/@.
Números exemplificativos. Calcule com seus custos e preços locais.
Qualidade de carne e viabilidade
- Acabamento padronizado facilita negociação e bonificação por qualidade.
- Idade/sexo/genética influenciam marmoreio e rendimento.
- Checklists de processos reduzem desperdícios e falhas de cocho.
Indicadores para acompanhar
- GMD, CA (kg MS/kg ganho), mortalidade = 0 meta, escore de fezes, sobras (%), temperatura e consumo de água.
Confinar é processo, não improviso.
Com formulação correta e rotina de cocho, os resultados aparecem no gancho.
Fale com o time técnico da Brasfós para montar seu plano e revisar estruturas e dietas.