O estresse térmico em bovinos ocorre quando a temperatura do ambiente ultrapassa a capacidade do animal de dissipar o calor corporal, comprometendo sua saúde e produtividade. No Tocantins, onde o calor do período de seca pode ser extremo, esse problema se intensifica, exigindo medidas eficazes para garantir o bem-estar do rebanho.
Impactos do Estresse Térmico nos Bovinos
O calor excessivo afeta diretamente os bovinos, reduzindo seu consumo de alimentos, o que leva à queda no ganho de peso e menor eficiência alimentar. Além disso, há uma diminuição da produção de carne e leite, especialmente nas fêmeas lactantes, já que o organismo prioriza a regulação da temperatura corporal em detrimento da produtividade.
Outro fator preocupante são as alterações hormonais, como o aumento do cortisol, hormônio do estresse, e a redução dos hormônios tireoidianos T3 e T4, essenciais para o metabolismo. Esses desequilíbrios podem resultar em imunossupressão, tornando os animais mais vulneráveis a doenças.
Como aliviar o estresse térmico no período de seca no tocantins?
Para minimizar os efeitos do calor intenso e garantir a qualidade da produção, algumas estratégias são essenciais:
- Fornecimento de Sombra
O uso de árvores, abrigos ou telas de sombreamento ajuda a reduzir a exposição direta ao sol. Sombreamento artificial com materiais como polietileno ou polipropileno pode ser uma solução viável para propriedades sem vegetação suficiente.
- Hidratação Adequada
Manter bebedouros limpos e com água fresca é fundamental. Os bovinos preferem água limpa e evitam consumir água contaminada. Além disso, a localização estratégica dos bebedouros é crucial, pois longas caminhadas para acessar a água podem levar a uma redução no ganho médio diário (GMD). Em terrenos planos, essa perda pode ser de 40g por quilômetro percorrido, enquanto em terrenos ondulados pode chegar a 60g.
- Ajuste na Dieta e Suplementação
A alimentação deve ser adaptada para incluir ingredientes que gerem menos calor durante a digestão. Além disso, a suplementação correta com minerais e proteínas é essencial para evitar deficiências nutricionais que podem agravar o estresse térmico.
- Manejo do Pastejo
No período de seca, é recomendável permitir o pastejo nos horários mais frescos do dia, como no início da manhã e final da tarde, reduzindo a exposição ao calor intenso.
- Ventilação e Resfriamento
Para sistemas de confinamento, o uso de ventiladores, nebulizadores e aspersores intermitentes pode ser uma solução eficaz para diminuir a temperatura dos galpões e melhorar o conforto térmico dos animais.
- Monitoramento Contínuo
Observar sinais de estresse térmico, como respiração acelerada, prostração e salivação excessiva, permite que os pecuaristas adotem medidas corretivas rapidamente, evitando impactos severos na saúde do rebanho.
O calor intenso do período de seca no Tocantins representa um grande desafio para a pecuária, exigindo um manejo eficiente para minimizar o estresse térmico dos bovinos. Investir em sombreamento, acesso à água de qualidade, ajustes na dieta e estratégias de resfriamento é essencial para manter a saúde e a produtividade do rebanho. Pequenas mudanças podem fazer a diferença na sustentabilidade da produção e no bem-estar animal, garantindo melhores resultados mesmo em condições climáticas adversas.