Quais os sintomas de leptospirose em cavalos?

A leptospirose é uma zoonose que afeta equinos em todo o mundo, sendo especialmente comum em regiões quentes e úmidas, como o Brasil, onde os períodos chuvosos favorecem sua disseminação. Causada por bactérias do gênero Leptospira, a doença se transmite pelo contato com água contaminada pela urina de animais infectados, podendo atingir o organismo do cavalo através da pele, mucosas, inalação ou ingestão. Embora muitas infecções sejam subclínicas e passem despercebidas, a leptospirose pode gerar sérios impactos na saúde do animal, afetando principalmente o sistema reprodutivo, os rins, o fígado e os olhos.

Os principais sintomas clínicos da leptospirose em cavalos incluem febre, icterícia, nefrite e uveíte. A febre pode ser um dos primeiros sinais da infecção, acompanhada de apatia e redução do desempenho, especialmente em cavalos de corrida. A icterícia, caracterizada pelo amarelamento das mucosas, ocorre devido ao comprometimento hepático causado pela infecção. A nefrite, que é uma inflamação dos rins, pode levar a quadros graves de insuficiência renal, resultando em alterações na urina, como presença de proteínas e sangue. Já a uveíte, uma inflamação ocular, é uma das complicações mais preocupantes da leptospirose equina, podendo levar à cegueira quando não tratada adequadamente. Além disso, a infecção pode afetar éguas prenhes, causando abortos, natimortos e nascimento de potros debilitados.

A doença evolui em duas fases: a leptospiremia, quando a bactéria se multiplica na corrente sanguínea e se espalha para órgãos como fígado, rins e olhos, e a leptospirúria, fase em que a bactéria se instala nos túbulos renais e começa a ser eliminada de forma intermitente pela urina. Nesse estágio, o animal infectado pode continuar disseminando a bactéria por meses ou até anos, tornando-se uma fonte de infecção para outros cavalos.

O diagnóstico precoce é fundamental para evitar complicações graves e reduzir a disseminação da doença. Os métodos mais eficazes incluem exames laboratoriais, como sorologia, microscopia de campo escuro e PCR, além de análises hematológicas e urinárias que indicam alterações hepáticas e renais. O tratamento da leptospirose em equinos é feito com antibióticos, mas a melhor forma de controle é a prevenção, por meio de vacinação, que pode ser aplicada a partir dos três meses de idade, com reforço anual. Medidas sanitárias, como controle de roedores, limpeza adequada das instalações e manejo correto das pastagens, também são essenciais para reduzir o risco de contaminação.

Dada a gravidade da leptospirose e seus impactos na saúde equina, é essencial que criadores estejam atentos aos sintomas e adotem medidas preventivas para proteger seus animais. Com a vacinação e o manejo adequado, é possível minimizar os riscos e garantir o bem-estar dos equinos.

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